quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O poetinha

AH! OS RELÓGIOS

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

Mario Quintana - A Cor do Invisível

8 comentários:

  1. Tenho de concordar Thiago.
    Quando escrevemos o tempo passa ser eterno...
    Mario Quintana acertou em cheio!
    A escrita passa se o tempo que for,o autor morre, mas as palavras não!rs
    Boa noite meu amigo!
    Beijo na Alma

    ResponderExcluir
  2. Uma excelente escolha este poema...De facto basta "um momento de poesia para nos dar uma eternidade inteira".
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Que lindo. Mario Quintana é um mestre, sempre traz uma profundidade naquilo que escrevia.

    ResponderExcluir
  4. Me fez pensar se eu não sou uma escrava do relógio!
    Abraço
    Adri

    ResponderExcluir
  5. Maravilhoso.
    As vezes eu queria que as pessoas parassem de pensar somente no tempo e começassem curti o momento.

    Mario Quintana é o melhor.

    Bjão

    ResponderExcluir
  6. Olá, moço!

    Obrigada pela visita, pelas palavras...

    Eu não conhecia este poema do Mário Quintana. Verdade mais linda de se dizer, por que será que ficamos tão agarrados aos relógios? A vida é feita de instantes mágicos e não de horas. O que mesmo são horas? A nossa espera? Não sei.

    Um abraço!

    Suzana/LILY

    ResponderExcluir