quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amigos...
Amigos são poetas da alma.São andarilhos duais, alegres e tristes.São malabaristas e, se necessário, palhaços. Brincam para que o sorriso não se faça de rogado.Testemunham o aconchego de um fim de tarde. Exalam um odor agradável de uma flor que não se encontra em atacado. Amigos tem o poder da unicidade e não merecem a economia de nossos sentimentos. Se o convite é para o banho de cachoeira, para que perder tempo com a bica rala?
É uma vitória ter amigos. É uma derrota querer que os amigos sejam a projeção das nossas frustrações. O outro não é um pedaço que vai preencher um buraco do manto que me aquece. O outro é um manto inteiro.Mas um outro manto.Diferente do meu e, portanto, necessário.
Amizades interesseiras não são amizades. Na solidão das nossas decisões e no vazio das nossas escolhas, vamos percebendo quem é necessário e quem não entendeu o que é amar. Nada de parasitas, nada de sugadores nem de bajuladores hipócritas. Quantos são os que oferecem o perfume da euforia para que o cheiro da falsidade fique imperceptível? Cedo ou tarde se esquecerão de usar o perfume, e o odor natural será sentido.

Gabriel Chalita em Cartas entre amigos-sobre ganhar e perder.

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